O evento

Sobre o Simpósio Internacional de Geografia do Conhecimento e da Inovação

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A Quinta Edição V

O tema do V SIGCI é Novas centralidades urbanas na Era Digital: Tecnologias da informação e o comando na rede de cidades. Buscamos estimular um campo de pesquisa que interconecta a rede urbana e a inovação, debate pouco explorado na literatura nacional e internacional. Sendo caracterizada por tecnologias de informação e comunicação (TICs), que propiciaram infraestrutura física e imaterial para a globalização e a intensificação de fluxos de conhecimento próprios do atual estágio da acumulação de capital, a chamada era digital implica o reposicionamento das economias nacionais na economia-mundo, mesmo daquelas periféricas ou defasadas tecnologicamente. A ideia central é que as TICs, ao propiciarem uma infraestrutura física e imaterial para a globalização e a intensificação de fluxos de conhecimento próprios do atual estágio da acumulação de capital, reposicionam as economias nacionais na economia-mundo. Na medida em que as cidades são estruturas centrais para a reprodução social, com a intensificação de fluxos de capital, conhecimento e trabalho qualificado, é esperado que a nova era digital promova a classificação/hierarquização de centros urbanos brasileiros. Almejamos que nossas discussões possam servir como apoio teórico e metodológico para o IBGE, em especial, ao estudo Região de Influência das Cidades (Regic). A realização do evento em Santa Catarina é estratégica para que essa reflexão possa se pautar em casos concretos como Florianópolis, Blumenau e Joinville, que têm despontado como centralidades importantes nas tecnologias digitais.

Sessões Temáticas

Conheça as sessões temáticas do evento.

Histórico

Os dois primeiros SIGCI, ambos realizados em Recife, por iniciativa do Grupo de Pesquisa em Inovação, Tecnologia e Território (GRITT) da UFPE, buscaram promover um espaço de discussão em torno de tais temáticas na comunidade acadêmica brasileira, destacando a dimensão espacial da inovação numa perspectiva que articula diferentes campos disciplinares. O primeiro, em 2011, concebido como evento para dar partida ao debate no país, teve uma abordagem mais ampla voltada para estimular pesquisadores ainda não envolvidos com a temática, especialmente no campo disciplinar da Geografia, a dialogar com especialistas em torno de condicionantes políticos, econômicos e sociais que envolvem a relação entre inovação e território. O segundo, em 2017, voltou-se para a perspectiva da chamada inovação inclusiva, buscando problematizar as especificidades do processo de inovação em espaços de desenvolvimento retardatário e desigual, bem como os benefícios sociais dos investimentos em C&T&I. Em ambas as edições, estimulou-se a produção de conhecimento por meio de chamada de trabalhos, e foram feitas visitas a experiências concretas associadas aos temas abordados de modo a suscitar diálogo entre os participantes.

O III SIGCI buscou trazer para o Estado de São Paulo, em particular para Campinas, as discussões em torno da Geografia da Inovação com ênfase na relação entre cidades e inovação, considerada a partir de múltiplas abordagens. O simpósio foi realizado em novembro de 2019 e a ênfase foi a relação entre cidades e inovação. Buscamos uma discussão das desigualdades socioeconômicas que marcam o espaço urbano, onde se encontra a convivência de setores de alta intensidade tecnológica e de capital com outros de baixa produtividade e intensivos em mão de obra pouco qualificada. Tal convivência caracterizaria processo que para Milton Santos leva à divisão da economia urbana nos países periféricos em dois circuitos – um circuito inferior e outro superior – funcionais à concentração de renda e à reprodução de condições de pobreza. A realização do evento em Campinas permitiu uma discussão que buscasse pensar, ao mesmo tempo, elementos típicos da inovação, como a interação universidade-empresa; o estímulo à criação de startups no país; os laboratórios de ciência e tecnológica, com atenção especial ao acelerador de partículas Sirius do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que foi objeto de um trabalho de campo; mas, também, situar esse entendimento junto aos problemas sociais e de planejamento e gestão urbana das grandes metrópoles brasileiras

O tema da quarta edição do SIGCI foi “Aceleração digital, neoliberalismo e desequilíbrio global: tendências na geografia da inovação pós-pandemia”. A proposta foi compreender como a aceleração digital e o neoliberalismo, intimamente associados ao desequilíbrio global, são elementos centrais do capitalismo contemporâneo, tanto em suas dimensões econômica, social, ambiental, científica, tecnológica e territorial. O tema proposto deve ainda estimular a imaginação sobre a geografia que esse “estágio” do capitalismo está produzindo, especialmente em vista da pandemia, ela mesma entendida como parte do desequilíbrio global, assim como as relações entre este e esforços no campo da ciência, tecnologia e inovação. O evento foi inteiramente online. As mesas podem ser assistidas no canal do SIGCI: